quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Mundo ganha com o Princípio de Pareto?

Cada vez mais se assiste a uma pequena percentagem da população mundial ter tanto (ou mais) que uma percentagem esmagadoramente maior.

Há homens que têm mais poder de compra que milhões de homens juntos. Se pusermos de um lado numa linha imaginária o homem mais rico, quantos homens, se começarmos pelo mais pobre, conseguimos por do outro lado?

Começamos pelo mais pobre de todo o mundo, e depois o segundo mais pobre, depois o terceiro, e continuamos por aí fora. Até quando? Até onde acham que conseguimos chegar?

Um homem rico pode valer quantos homens pobres?

Um humano pode valer quantos humanos?

Se me respondem com o argumento da importância de recompensar o esforço e o mérito, pergunto: como é que tantas pessoas com profissões tão importantes para a sociedade (são tantas que me escuso a citar exemplos), são tão menos remuneradas que algumas outras?

Há “gestores de topo” que ganham milhares de contos por mês. Compare-se essas remunerações com, por exemplo, a remuneração de várias profissões fundamentais.

Provavelmente, um deles não consegue numa vida inteira de trabalho, 45 anos de trabalho, ganhar tanta quanto o outro ganha num mês? Numa hora?

A sociedade fica a ganhar? O país fica a ganhar? Fica o mundo? Quem fica?

Parece razoável o princípio do salário mínimo. Faz sentido garantir um salário mínimo para todos os que trabalham, que lhes garanta um mínimo da qualidade de vida; mas não limitar o empenho, o esforço, o mérito e a inspiração. Concordo, mas se o bolo for limitado, corremos o risco de, se a fatia para os prodigiosos for demasiado grande, não conseguirmos assegurar o mínimo para os menos, como direi, produtivos?

Mas mesmo que sejam, comparativamente menos produtivos, são profissões que fazem falta, e não estou a considerar, porque não os defendo, preguiçosos e oportunistas.

 Neste país, o salário mínimo não garante uma vida digna. Não acredito, e estou muito firme nesta convicção, que alguém da nossa elite conseguisse viver com o ordenado mínimo. Na melhor das hipóteses, alguns conseguiriam sobreviver. A maioria tornar-se ia (psicológica/psiquiatricamente) demasiado dependente.

No entanto, é mais fácil combater aumentos ridículos do ordenado mínimo do que por termo a salários escandalosamente e egoistamente elevados.

Não estranho tanto o egoísmo quanto a falta de visão. É óbvio que mesmo que alguns ganhem bastante mais, tem que haver alguma razoabilidade e sentido de justiça. O sistema símio do macaco dominante ficar com tudo e o restante do grupo ter que contentar-se com os restos, tem que ter necessariamente os dias contados, sob pena de não evoluirmos.

1 comentário:

jorZ lopZ treegoo disse...

Boa! :) E boa sorte para este recém-nascido...
e-abraço,
J.
P.S.: O que é o "princípio de Pareto"?